Síndrome de Burnout, ligada ao alto nível de stress no trabalho.
A expressão inglesa “to burn out” significa “queimar-se, consumir-se por completo” e foi muito empregada em décadas passadas no esporte para referir-se a atletas que já tinham dado tudo o que podiam e não conseguiam mais manter o desempenho. Os primeiros estudos sobre esse problema foram feitos pelo psicólogo alemão radicado nos Estados Unidos Herbert J. Freudenberg, ainda nos anos 70. De lá para cá, não só o número de trabalhos científicos sobre o assunto se multiplicou, como também os casos identificados: segundo uma pesquisa publicada pela International Stress Management Association do Brasil (ISMa-BR), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são vítimas da síndrome, considerada por muitos especialistas como o nível mais alto do estresse.
Evidentemente, a primeira e maior vítima do burnout é o profissional. Os sintomas podem ser físicos, que vão desde um “simples” cansaço até infarto do miocárdio; comportamentais, como impaciência e agressividade; e psíquicos, como falta de memória, fadiga crônica e estado depressivo. Por outro lado, também as empresas perdem, uma vez que terão funcionários pouco produtivos, além da possibilidade de licenças médicas. Estima-se que o Brasil tenha um prejuízo de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB, ou a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) anualmente devido à improdutividade relacionada ao burnout.
Vítimas Preferenciais
Teoricamente, profissionais de todas as áreas estão sujeitos ao burnout. No entanto, estudos indicam que os mais afetados pelo problema são médicos e enfermeiros, seguidos de professores, psicólogos, assistentes sociais, policiais e bombeiros. Em comum, à exceção dos professores, são profissões que colocam o indivíduo em contato com outros, em geral, em situações desconfortáveis, de sofrimento e até morte. O fato de se sentir impotente diante de situações desesperadoras acaba gerando um estresse difícil de ser controlado, uma vez que a cada dia tudo pode se repetir.
Sintomas mais comuns
– Fadiga, apatia e desânimo constantes, mesmo quando se está de folga ou em férias;
– Irritabilidade, falta de concentração e baixo rendimento no trabalho;
– Baixa autoestima, insônia, palpitações, dores de cabeça e desordens gastrointestinais;
– Comportamento agressivo com os colegas de trabalho;
– Relacionamento cada vez mais distante com amigos e familiares;
– Uso de medicamentos ou bebidas alcoólicas para relaxar;
– Sensação de estar sobrecarregado(a) de trabalho o tempo todo;
– Vida sexual insatisfatória;
– Falta de perspectivas em relação ao futuro e sensação de que o trabalho não é recompensado como deveria;
Prevenção
O primeiro passo para se curar do burnout é reconhecer que sofre com o problema e buscar tratamento com um psicólogo, psiquiatra ou assistente social. Mas, tal como acontece com outras modalidades de estresse, o ideal é prevenir-se e evitar que o problema atinja o nível que exija tratamento.
Veja algumas atitudes que ajudam a evitá-lo:
– procure estreitar os laços familiares e de amizades fora do trabalho;
– pratique atividades físicas ou um esporte que lhe dê prazer;
– se possível, faça algum trabalho voluntário;
– se possui crença religiosa, dedique um pouco mais de tempo à sua religião;
– faça alguma terapia que proporcione relaxamento, como yoga ou tai chichuan, por exemplo;
– se a insatisfação com a profissão é muito grande, atualize o currículo e, se possível, arrisque uma mudança para alguma área que realmente goste;
– busque o autoconhecimento e respeite seus limites físicos e mentais;
– evite ao máximo levar trabalho para casa, especialmente nos finais de semana, que devem ser dias de descanso total;
– cuide da alimentação, evitando alimentos gordurosos e industrializados, bem como excessos, principalmente de bebidas alcoólicas;
– sempre que possível, dê uma pausa no trabalho, nem que seja para tomar um copo de água apenas e aproveite para fazer alongamentos, respirar fundo e dar uma relaxada de leve.
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